quinta-feira, 14 de julho de 2011

Maputo - A primeira impressão pode não ser a que fica

Cheguei em Maputo em uma Segunda-Feira ensolarada, crente que iria para o alojamento, tomar um banho e descansar da viagem. Oh, oh. A programação era a seguinte: “Maiara, nós vamos de chapa porque queremos que essa seja a primeira impressão que tu tenhas de Moçambique. Essa é a realidade do transporte público local. Os meninos vão levar a tua mala enquanto nos vamos comprar cartão, vou te levar para conhecer os outros intercambistas, a Helena... Enfim...” 

Imagem 1 - Recepção no aeroporto

Dito e feito. Que realidade! O chapa é uma espécie de van praticamente tirada do ferro velho, aonde vai a mesma quantidade de pessoas que em um ônibus (exagero necessário) esmagadas, em pé e de cabeça baixa por causa da altura da van (tentarei tirar fotos para a próxima postagem. Mas as piores revelações vieram no apartamento onde estavam os intercambistas e outros integrantes da AIESEC: o banho é de balde e caneca, as baratas andam livremente pela casa/cozinha/panelas (não no meu alojamento, ufa) e a comida de festa é uma papa. Dito e feito parte II. Quando finalmente consegui chegar em casa e pegar as minhas coisas, depois de irmos jantar, tomei meu primeiro banho de balde e caneca (pote de margarina).

Imagem 2 - "Box"

Imagem 3 - Chaleira elétrica, água do banho sendo esquentada

Imagem 4 - Balde e garrafa de água "Kit Banho"

Porém as precárias condições são camufladas diante da enorme hospitalidade e simpatia de quase todos por aqui, seja dos intercambistas, pessoal da organização e principalmente das meninas do alojamento. No total são 4 moçambicanas, eu e uma Portuguesa no quarto. As moçambicanas estudam aqui, são internas da escola. Eu e a Portuguesa, intercambistas da AIESEC. Pra ter uma noção, eu fiquei com a cama de cima de um dos beliches, porém não curto esse negócio de beliche, então botei meu colchão no chão. Quando acordei pela manhã havia um espaço na cama ao lado, e uma das meninas me disse para arrumar minha cama ali, que ela trocaria comigo. Além disso comentei que precisava comprar algumas coisas como papel higiênico, sabonete, cabides e água, e duas delas me levaram depois do almoço até o mercado público. Com elas o que poderia ser uma experiência transtornante, se tornou divertidíssimo. O mercado é na verdade o conjunto de várias barraquinhas onde você compra tudo separado, e vai pesquisando os preços até encontrar o mais barato para cada mercadoria. Foi comprando papel higiênico que um rapaz parou atrás de mim e meio que berrou “loira, uma loira, vem cá ver” e senti se juntarem uns 3 e ficaram falando algumas coisas em inglês, que não entendi. Aliás, muitos me abordam em inglês por aqui.

Com isso fortaleci ainda mais minha vontade de aprender a cultura sem julgar, e viver como estou vivendo a cultura desse povo tão rico de coisas a nos ensinar. E qualquer dia tente tomar banho de balde, a natureza agradece!

Anexos:

Armário da Caroline, colega de quarto moçambicana.
Pela quantidade de cremes e coisinhas da pra ver como elas são extremamente vaidosas, né?

Meu armário =D

O beliche que já deu o que falar! Agora a minha cama é a de baixo =DDD

Um comentário:

Anônimo disse...

Gostei filha, continua com o diário que quero saber tudinho hehe... teu armario ta bonitinho até... aproveita e ensina a outra menina a arrumar tb hehehe beijimmm