segunda-feira, 1 de agosto de 2011

As aparências enganam - Inhaca Island

Coloque "Inhaca Island Beach" no Google Imagens ou veja as primeiras fotos dessa postagem.
O que você imagina?







Pois é, foi o que eu e os outros intercambistas também pensamos antes de embarcar nessa aventura (mais uma!). Antes de mais nada vamos deixar bem claro que isso não é uma reclamação nem crítica às condições de viagem pra ilha de Inhaca, e sim uma análise filosófica da situação. Certamente este passeio foi muito mais divertido e emocionante graças ao que será relatado agora.

Bom, foram aproximadamente 2h30min de viagem no "barcão", onde quase todos enjoaram (eu não, ufa!). Até que o barcão me para no meio do nada, e as pessoas começam a descer para barquinhos menores. Só que as outras pessoas iam para "a cidade" (vila) e por isso tinham barquinhos chiquérrimos com banquinhos e tudo. Quando chegou o nosso....


Tivemos que rir pra não chorar! hahaha. Nem banco tinha, eram todos sentadinhos bonitinhos no chão!




O pior era quando o motora resolvia não ver as ondas, era cada banho que só vendo... Mas isso é o de menos, afinal, depois teríamos que entrar na água, literalmente. É que o barquinho também não chegava até a ilha. Ele parou novamente, no meio do nada, todos desceram, pegaram suas coisas (quanto mais, pior) e começaram a caminhar no mar, rumo ao alojamento da universidade de biologia, ou algo do tipo.
A sorte que nessa hora ainda tinha um solzinho!




Mas a caminhada foi dura.. Ou melhor.. Mole... É que o fundo do mar era repleto de algas e coisas do gênero, e por isso preferimos não tirar o chinelo. Mas ao mesmo tempo a borracha ou seila qual o material das Havaianas, com água, areia, algas e pele sensível não fizeram uma combinação favorável ao meu pézinho.
Mas enfim chegamos na ilha! 


Agora era só colocar as coisas no quarto, trocar de roupa, e ir pra praia. Quarto, roupa seca, rua e... Ops, fechou o tempo! Sério, não dava pra acreditar! Até agora AUTOS sol! Tá, mas vamos lá... Falaram que era cerca de 1h30min caminhando até "a cidade" e éramos obrigados à ir lá, pois estávamos isolados sem comida, bebida, nadica de nada.

Por sorte não choveu, e o sol deu as caras em alguns momentos da caminhada, que foi ótima, por sinal. No caminho encontramos água-viva, siri, caranguejo, conchas, etc. A praia é mais do que limpa, é SEM sujeira NENHUMA! Nenhum palitinho de picolé! Nada! Nunca havia visto nada parecido. Parecia mesmo algum tipo de ilha deserta, pois se manteve a vegetação natural, e a pequena vila foi construida no meio, sem destruir nada da paisagem de entrada.

Confesso que não sei quanto tempo caminhamos. Fomos conversando, tirando fotos, até encontrarmos um vestígio de civilização, onde o guia turístico do Hotel Polana, super simpático, nos levou até os restaurantes, e não pediu absolutamente nada! Coisa rara por aqui, o normal seria pedir uns trocos pra um "refresco", como fez o outro sujeito que nos ajudou a chamar um táxi depois.


No restaurante foi triste. Cada um pediu um prato, e o cara ia dizendo que não tinha. Por fim não tinha nada do cardápio, e acabamos todos comendo sanduiches de queijo e ovo, com fritas. O mesmo aconteceu aqui em Maputo quando chegamos de Inhaca e fomos almoçar, não tinha nenhum prato, e perguntamos o que tinha, afinal, e ela respondeu "hamburgueres..." hahah lamentável


Após este excelente almoço fomos ao mercado comprar algo pra fazer na cozinha do alojamento a noite. Decidiram por massa (macarrão não existe) com molho de atum. Compramos umas 2M e pronto. Saindo do mercado, começa a chuva. Como a maré já estava alta e não dava mais de ir pela beira mar, só pela "estrada", optamos por ir de "táxi" (aqueles carros que cabem 10 pessoas atrás). Não escapamos da chuva, já que o carro era aberto, mas pelo menos chegamos mais rápido.

O auge do final de semana: banho QUENTE  e de CHUVEIRO! Sério, foi o melhor banho da minha vida! Depois de mais de 20 dias sem ver um chuveiro com água quente, foi incrível!

Hora de começar a preparar a janta. Achei que fosse ficar cega cortando aquela cebola. Na moral, é bem mais forte que a do Brasil, não é possível!


Mas que ficou bom, ficou. Ou, como diz o Bruno, foi o tempero local: a fome, que fez ficar tão saboroso. No meu caso, somado aos também mais de 20 dias sem ver macarrão ou qualquer tipo de massa.

Estávamos assistindo ao sorteio dos países do mundial depois da janta, quando o rapaz do barco veio nos avisar que o barquinho sairia as 5h da manhã, ao invés das 7h. Ao menos dessa vez não andamos tanto na água, já que a maré estava alta e o barquinho conseguiu chegar bem mais perto. Me senti no resgate do Titanic, naquele barquinho à noite, sem ver nada pela frente. Com frio, etc. Coisas que só se faz uma vez na vida, aos 20 anos, como diz a Sara (ou aos 19, no meu caso).

Sobre os preços (na cotação de hoje, 1 de agosto de 2011):
Alojamento (tem que conhecer alguém da universidade que faça os contatos. A opção mais fácil são os hotéis na vila, mas como fomos pela AIESEC, eles organizaram isso pra nós): 370MT (R$20,22)
Almoço (sanduíche de ovos e queijo, fritas e Coca-Cola): 85MT (R$4,64)
Barco grande: 400 MT (R$21,87) ida e volta.

Por fim, o saldo foi positivo! Me arrependeria demais se fosse embora de Moçambique sem conhecer Inhaca. Uma pena o barco ter ido tão cedo e não termos visitado a Ilha dos Portugueses. Dizem que é muito FIXE!

Então já sabe: se quiser vir pra cá, ainda que tenha muito dinheiro e venha de avião, é possível que não se tenha todo o conforto que se espera ao ver as fotos no Google. Mas venha de chinelo, e aproveite as experiências, pois é isso que fica (e foto nem vídeo nenhum mostram).


2 comentários:

Anônimo disse...

Foi mesmo uma aventura heim filha hehe... O lugar parece ser lindo, imagino que então valeu a pena:)

Anônimo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.